No peito de
todo consumidor também bate um coração
Por Paulo
Prado
O mercado
tomou conhecimento hoje dos ganhadores da 21 edição do prêmio Folha Top of
Mind. A pesquisa, realizada pelo Instituto Datafolha, entrevistou 2603 pessoas
(amostra A) e outras 2606 (amostra B), entre os dias 2 e 5 de agosto, em todas
regiões do país.
ReferIencia
para todos os que trabalham com branding, a pesquisa é reveladora dos fatores
que influenciam os brasileiros nas suas escolhas, neste caso, de consumo de
bens e serviços. Nesta pesquisa , pode-se dizer, é investigado o comportamento
econômico dos brasileiros como consumidores, ou, para usar uma expressao em
“economês”, como agentes econômicos uma vez que o consumo é uma ação econômica.
O
interessante é que, muito embora publicitários, marqueteiros, gestores etc
insistam que a decisão do consumidor brasileiro muitas vezes se dá na “Gondola”
e, para a maioria de nós, considerando o preço mais que o “apreço”, nota-se,
através da pesquisa , que marcas têm sim um apelo emocional. A lembrança de uma
pode provocar sorrisos, como ressaltado num dos artigos da edição impressa do
prêmio deste ano, ressuscitar memórias, “detalhes tão pequenos de nós dois –
consumidor e produto”.
Algumas das
estratégias consideradas as mais bem sucedidas e que ajudam a explicar a permanência
ou o surgimento de uma determinada marca como a “a mais lembrada”, são
exatamente as que apelam para o
coração, como, por exemplo, a usada pela Procter & Gamble na promoção das
fraldas Pampers em um concurso para o Dia das Mães. Neste concurso, as mães
deveriam “curtir” uma fan page, enviando uma foto do seu bebê. Apelo irresistível
para qualquer um que tenha um bebê em casa e que será sempre, aos olhos de seus pais, o mais
lindo, o mais fofinho, o que mais merece no mundo ser “curtido”. Além dos pais,
as vovós, os tios corujas, os amigos, enfim, cada bebê arrasta consigo quase
sempre uma legião de “tietes”. Resultado, em 15 dias a base de fãs cresceu de
mil para 35 mil!!!!
Se o caso
das fraldas no ensina que o coração manda muito nas nossas escolhas de marcas, ainda que não venhamos a adquirir o
produto no momento, mas fazendo com que ele seja lembrado quando não como um
sonho de consumo, há mais uma coisa por trás de quase todas as marcas e estratégias
campeãs deste ano: as mídias sociais. Quem não acredita que estas são muito importantes para a
definição ou redefinição de estratégias, melhor pensar de novo. Elas devem ser
consideradas tanto quanto as
mídias tradicionais. Mas,
principalmente, para fazer alguém lembrar ou “curtir “ o que quer que seja,
muito mais fácil esperar que alguém
clique na página, do que venha a gastar minutos, quando não
horas, na frente da TV, esperando passar o “anúncio” no qual toque o jingle que
gosta de ouvir, ou para ver aquela
cena hilária do comercial com/do Biafra.
O prêmio FolhaTop of Mind deste ano mostrou duas coisas: (1) sim, “agentes econômicos” têm um
coração; (2) ele bate acelerado e conectado na rede.
Paulo Prado
é publicitário, designer, sócio diretor da Prado BD, “old surfer” com alguns anos
nesta e em outras “praias”.
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